Pelo menos 115 pessoas morreram no ataque de sexta-feira a uma sala de concertos em Moscou, capital da Rússia, reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico, informaram as autoridades russas neste sábado, em um novo balanço. “Os serviços de emergência encontraram mais corpos ao remover os escombros. O número de mortos neste momento é de 115”, disse em comunicado o Comitê de Investigação russo. O balanço anterior era de 93 mortos no ataque armado à sala de concertos Crocus City Hall, nos arredores da capital.
O Comitê afirmou que pessoas morreram alvejadas, mas também por inalação de fumaça, uma vez que após o ataque houve um incêndio de grandes proporções no local do ataque.
Mais de 10 pessoas foram presas após o ataque que deixou pelo menos 115 mortos na região de Moscou, na Rússia. As informações foram divulgadas pelas agências de notícias russas Tass e Ifax, neste sábado (23).
A Tass informou que dois suspeitos foram presos na região de Bryansk, a cerca de 350 km de onde o atentado aconteceu. De acordo com o parlamentar russo Alexander Khinshtein, as prisões foram feitas após uma perseguição de carro.
Buscas continuam sendo feitas para localizar outros suspeitos. Ainda não está claro quantas pessoas conseguiram fugir. Khinshtein afirmou ainda que a perseguição começou após o motorista de um carro se recusar a obedecer a uma ordem de parada. Além disso, dentro do veículo, as autoridades encontraram armas e passaportes do Tadjiquistão.
Já a Ifax disse que o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em inglês) informou ao presidente Vladimir Putin que prendeu 11 pessoas, incluindo quatro suspeitos diretamente envolvidos no ataque.
Uma testemunha disse à AFP que faltavam poucos minutos para o início do show de Piknik quando tiros foram disparados. Houve gritos e depois pânico, disse Alexei, um espectador que não informou seu sobrenome.
Os serviços de emergência citados pela agência de notícias Interfax disseram que entre dois e cinco agressores armados, vestidos com “uniformes táticos” e portando armas automáticas, entraram na sala de concertos e abriram fogo.
Canais de mídia social russos próximos aos serviços de segurança mostraram vídeos de pelo menos dois homens entrando no corredor. Outros mostraram corpos e grupos de pessoas gritando correndo em direção às saídas.
Um jornalista da RIA Novosti disse no concerto que os agressores abriram fogo e lançaram uma “granada” ou “bomba incendiária”, que detonou o fogo. Dezenas de pessoas se esconderam atrás de assentos no corredor ou correram para as entradas do porão ou do telhado para escapar das balas.
Um jornalista da AFP presente no local, horas depois do ataque, viu fumaça preta e chamas saindo do telhado da sala de concertos, que pode acomodar até 6 mil pessoas. Segundo a mídia local, parte do telhado desabou.
O Ministério de Situações de Emergência disse que os bombeiros ajudaram cerca de 100 pessoas a escapar pelo porão da sala de concertos. A agência de notícias TASS disse que todo o grupo Piknik foi evacuado com segurança. Também foram lançadas operações de resgate para pessoas presas no telhado.
Estado Islâmico assume responsabilidade pelo ataque
As autoridades disseram que foi lançada uma caçada aos agressores e que uma investigação de “ terrorismo ” foi iniciada. As Nações Unidas e os Estados Unidos condenaram o ataque, assim como a União Europeia e outros países ocidentais que se aliaram à Ucrânia desde a invasão da Rússia em 2022.
Um comunicado divulgado pelo grupo Estado Islâmico assumiu a responsabilidade, mas a Rússia não culpou ninguém imediatamente. O ex-presidente Dmitry Medvedev disse, no entanto, que os líderes ucranianos envolvidos seriam “destruídos”.
Os Estados Unidos condenaram os acontecimentos “horríveis”, mas disseram que não havia sinal de envolvimento ucraniano. A inteligência ucraniana culpou os “serviços especiais russos”, dizendo que o ataque seria usado para intensificar a guerra.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse que as acusações contra o país eram “uma provocação planejada pelo Kremlin para alimentar ainda mais a histeria anti-ucraniana na sociedade russa”.