A venda de apartamentos pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em Goiânia e Aparecida de Goiânia registrou um aumento expressivo de 111%, passando de 218 unidades no primeiro trimestre de 2023 para 460 no mesmo período de 2024. Esse crescimento é quatro vezes maior que a média nacional.
A ampliação do teto máximo de financiamento imobiliário pelo MCMV, agora de R$ 350 mil para beneficiários da faixa 3 (renda familiar até R$ 8 mil), tem permitido que pessoas de menor renda adquiram imóveis em áreas mais valorizadas, próximas às regiões centrais das cidades. Esse aumento no limite de aquisição, anteriormente fixado em R$ 264 mil, já se reflete no crescimento do número de imóveis lançados e vendidos pelo programa.
Com isso, as famílias passaram a ter acesso facilitado a moradias em bairros mais centrais, com melhor infraestrutura urbana. No mesmo período, os lançamentos subiram de 240 para 424, um incremento de 76%, conforme dados do Instituto de Pesquisa Brain Inteligência Estratégica e da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO).
Segundo a pesquisa do Instituto Brain, divulgada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as vendas realizadas pelo programa MCMV totalizaram 31.407 unidades no primeiro trimestre de 2024 no Brasil, um aumento de 21,3% em relação ao mesmo período de 2023 (25.882 unidades). O número de unidades lançadas também teve um aumento expressivo, de 24,7%, com 26.439 unidades no primeiro trimestre de 2024, comparado às 21.207 unidades no mesmo período de 2023.
O maior alcance do programa tem permitido às incorporadoras oferecer projetos que atendem às novas demandas surgidas após a pandemia de Covid-19. Esses projetos incluem espaços gourmets menores e mais numerosos, coworking, áreas de descompressão, espaços para pets, áreas para crianças, varandas, minimercados, espaços de delivery, escritórios, e até academias de crossfit ao ar livre.
A migração de empreendimentos para áreas urbanas mais centralizadas, voltados às classes de renda mais baixa ou que buscam o primeiro imóvel, traz impactos positivos para as cidades, contribuindo para a redução dos vazios urbanos. Essa reorientação ajuda o poder público na organização das cidades, aproveitando a infraestrutura existente, como sistemas de transporte público, abastecimento de água e esgoto, que já estão adequadamente dimensionados.
Caio Diniz Lopes, gerente comercial da Vega Incorporações, destaca que essa mudança reduz consideravelmente as distâncias percorridas no dia a dia, diminuindo custos de transporte e o tempo necessário para os deslocamentos. “As pessoas passam a ter a oportunidade de adquirir imóveis próximos a hospitais, terminais de ônibus, postos de combustíveis, supermercados, padarias, bancos, shoppings e espaços de lazer e práticas esportivas, como praças e parques”, enfatiza Lopes.
Lopes exemplifica que uma família que antes da elevação do teto de financiamento só conseguiria comprar um imóvel no bairro Garavelo, em Aparecida de Goiânia, agora pode adquirir um imóvel em bairros mais nobres e com alto potencial de valorização, como Parque Amazônia e Vila Rosa, em Goiânia, próximos ao Buriti Shopping e ao Parque Cascavel. “Se do Garavelo ao Buriti o deslocamento dura em torno de 30 minutos em períodos de trânsito intenso, considerando o retorno para o local de origem, há um ganho de tempo de aproximadamente 1 hora, além de um consumo bem menor de combustível”, conclui.