Caiado diz que mandou investigados saírem de iate de Gusttavo Lima na Grécia
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, tenta se esquivar de uma cena bem negativa para sua carreira: a festa no iate de Gusttavo Lima, na Grécia, que contou com a presença de nomes poderosos como do ministro Kassio Nunes, mas também com donos de bets investigadas na “Operação Integration”, que apura crimes relacionados a jogos de azar, a mesma operação que indicou a prisão de Deolane Bezerra.
No entanto, para a jornalista Bela Megale, em sua coluna no jornal O Globo, ele relata que atuou no iate contra os supostos criminosos. Caiado relatou à coluna que, ao tomar conhecimento de que José André Neto, dono da casa de apostas Vai de Bet, e sua esposa e sócia, Aislla Sabrina Rocha, eram alvos de mandado de prisão, ele mesmo se dirigiu ao empresário e falou para deixarem a embarcação. Todos estavam hospedados no iate avaliado em R$ 1 bilhão, alugado pelo cantor Gusttavo Lima, nas ilhas gregas.
“Eu disse a ele (José André Neto) que a informação que recebi do meu secretário foi a de que havia sido decretada a prisão dele e de sua esposa. Daí falei: ‘Como tal, vocês não têm ambiente para ficar aqui’. Imediatamente, ele e a esposa desceram e nós seguimos a viagem por mais quatro dias — contou Caiado à coluna, afirmando que foi apoiado por Gusttavo Lima”.
Na segunda-feira (23/9), a Justiça de Pernambuco decretou a prisão de Gusttavo Lima, alegando envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro por meio de jogos ilegais. Caiado criticou a decisão, chamando-a de “irresponsabilidade” por parte da juíza que emitiu o mandado, apontando que a presença do casal na aeronave foi um dos fatores considerados no pedido de prisão do cantor. “Eu sou governador de estado, jamais entraria num avião com foragidos. Essa mulher (juíza) precisa ter mais responsabilidade. É uma prisão sem fundamento, na base do achismo. Essa mulher tinha que responder ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça)”, declarou Caiado.
O governador goiano contou que o avião de Gusttavo Lima — um jato modelo Gulfstream, ano 2005, com capacidade para 17 passageiros — até teria condições de voar direto da Grécia para Goiânia. A aeronave, contudo, fez um pouso para abastecimento nas Ilhas Canárias.
“Eu perguntei ao piloto o que aconteceu, e ele respondeu: ‘Pegamos um vento de proa muito forte, não tive condição de arriscar, gastei muito combustível’. Ninguém desceu do avião. Abastecemos e seguimos viagem para Goiânia”, garante.