A Seleção Brasileira que entrou na Data Fifa de outubro empacada e sem vencer há quatro partidas parece ter destravado em Brasília. A vitória por 4 x 0 sobre o Peru, com dois gols do atacante Raphinha, um do meia Andreas Pereira e outro do botafoguense Luiz Henrique, no Estádio Mané Garrincha, serviu para amenizar a instabilidade e dar novo ânimo ao técnico Dorival Júnior e companhia na saga das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2026.
Desde que assumiu as rédeas da Seleção Brasileira, em janeiro, Dorival jamais havia emplacado sequência de resultados positivos. O treinador começou bem o trabalho com a vitória por 1 x 0 sobre a Inglaterra, em Wembley, mas ficou no empate por 3 x 3 contra a Espanha, no Santiago Bernabéu. Antes da Copa América, a equipe bateu o México e ficou na igualdade com os Estados Unidos.
Na estreia pelo torneio continental, não saiu do zero contra a Costa Rica, goleou o Paraguai por 4 x 1, mas acumulou 1 x 1, contra a Colômbia, e 0 x 0, com derrota por 4 x 2 nos pênaltis, para o Uruguai, pelas quartas de final. O último triunfo consecutivo do Brasil havia sido sob o comando de Fernando Diniz, justamente sobre o Peru. O então técnico compartilhado com o Fluminense orquestrou a equipe para o 5 x 1 sobre a Bolívia na estreia nas Eliminatórias e para o 1 x 0 suado em Lima na rodada seguinte.
Dorival Júnior entendeu que para mudar o ânimo do grupo e resgatar o apoio do torcedor teria de promover mudanças. Prova disso foi a saída do lateral-direito e capitão, Danilo. O veterano de duas Copas do Mundo deu lugar a Vanderson. O estreante Abner foi mantido na esquerda e Gerson substituiu Lucas Paquetá, suspenso.
Embora tenha conquistado os três pontos praticamente sem ser ameaçado pelo Peru, a Seleção Brasileira demorou a pegar no tranco no gramado do Estádio Nacional Mané Garrincha. Apesar de apresentar repertório nas tentativas de construção de jogadas, a equipe do técnico Dorival Júnior esbarrou várias vezes na linha de cinco defensores montada pelos adversários. Houve até um susto quando Edison Flores balançou as redes. O atacante, no entanto, estava em posição de impedimento. Mesmo com alta posse de bola e procurando espaços, o Brasil encontrou o caminho apenas de pênalti, quando o VAR flagrou toque na mão de Zambrano. Raphinha bateu bem, converteu e aliviou a pressão em cima da Seleção.
O jogo nem teve tempo para ficar complicado na etapa final. Savinho bailou diante de Zambrano e foi derrubado: novo pênalti para Raphinha bater. Concentrado, o camisa 11 cobrou novamente com categoria e ampliou. Com a seleção peruana menos combativa, o Brasil, enfim, encaixou jogadas fatais no toque de bola. O terceiro gol teve classe: Luiz Henrique cruzou e Andreas Pereira completou de voleio. Pouco depois, o jogador do Botafogo deixou o dele em jogada característica de cortar para o meio e finalizar de esquerda. Satisfeita com a goleada, a torcida brasiliense entoou gritos de olé para brindar a atuação capaz de recolocar a equipe verde-amarela nos trilhos.