A solução Pix por aproximação, que foi desenvolvida em conjunto com a Rede Itaú e foi testada em terminais da marca, poderá ser adotada por quaisquer adquirentes do mercado que queiram oferecer a funcionalidade a seus clientes. “O Pix é a transação mais popular entre os brasileiros.
A solução já está disponível em 100% das maquininhas do Itaú, operadas pela Rede. Para o consumidor utilizá-la, basta cadastrar sua conta bancária no Google Wallet – atualmente disponível em aparelhos Android – validar o cadastro no aplicativo do banco uma única vez, e realizar as transações via Pix apenas aproximando o seu dispositivo eletrônico das maquininhas, sem a necessidade de confirmar a transação no app do Itaú. A funcionalidade está sendo disponibilizada gradualmente aos clientes e, nas próximas semanas, 100% dos clientes Itaú poderão realizar suas transações via Pix por Aproximação em dispositivos habilitados.
Dados do Banco Central mostram que, somente em setembro último, mais de 5,5 bilhões de transações foram realizadas e R$ 2,4 trilhões foram movimentados.
Na avaliação de Campos Neto, o Brasil está entrando em uma época onde os pagamentos instantâneos vão se proliferar em vários países. Questionado sobre a segurança, sobretudo em relação a fraudes, ele explicou que o BC vem trabalhando em três dimensões e que é fundamental que seja criado um sistema que dificulte ou mesmo impeça a criação de contas laranjas, que ele classifica como um dos maiores problemas da atualidade.
“A fraude acontece porque tem uma conta receptora. Se eu for fazer uma fraude usando pix tenho que transferir de uma conta para outra, essa conta receptora não vai ser a minha conta, porque eu estaria me incriminando, e tem muita conta laranja, conta fantasma. A gente tem que endurecer o critério de abrir contas para diminuir a fraude”, alertou.
Campos Neto também defendeu que cada pessoa possa determinar o nível de informação e qual será sua exposição em relação aos diversos riscos. “Queremos poder dar para a pessoa, vamos dizer assim, a facilidade de programar o sistema de pagamentos de acordo com o que ela entende que é o maior risco. Tem pessoas, por exemplo, que podem programar, passar a fazer pagamentos para quem está na agenda, ou para certos horários, ou delimitar os limites de acordo com o horário que você acha que está em casa, A gente está desenvolvendo essa nova função”, explicou Campos Neto.
Ele disse que as entidades financeiras já começam a ver e detectar o comportamento, como você age se decide ficar em casa, se você sair de casa, se é de dia, se é de noite. Para Campos Neto, geolocalização é fundamental, e o mercado vai se sofisticando também para lidar com isso.
A terceira dimensão, segundo ele, é relacionada ao volume de dados, e análise dos mesmos. Nessa etapa, o uso da Inteligência Artificial é fundamental para que sejam identificados padrões de fraudes. Estamos desenvolvendo essa nova ferramenta que vai permitir rastreamento, bloqueio e devolução de valores via pix”, esclareceu o presidente do BC.
Segundo Campos Neto, pesquisa do BC revelou que quase 30% das pessoas entrevistadas disseram que não usavam transações via pix e que preferiam usar mais cartão de crédito por ser mais simples, apenas via aproximação.
Em sua pergunta final, o presidente do Google quis saber se Campos Neto acredita que seu sucessor Gabriel Galípolo vai manter a agenda de inovação. “O Banco Central tem esse DNA da inovação. Temos várias coisas que precisam se encontrar como o Drex, o. pix, e open finance e a internacionalizaçao. Nãovejo esse desenvolvimento sendo interrompido”, argumentou Campos Neto.
Ao adicionarmos a opção de pagar com o Pix por aproximação à Carteira do Google, traremos mais conveniência e facilidade para os pagamentos em lojas físicas, impulsionando ainda mais o crescimento desse tipo de transação no País”, afirma Natacha Litvinov, Head de Parcerias de Pagamentos para a América Latina no Google.
Para fazer o Pix por aproximação pela Carteira do Google, os usuários precisarão vincular previamente suas contas à Carteira do Google. Feito o vínculo de conta, ao fazer um pagamento, o consumidor deve desbloquear o celular, aproximar o celular com NFC embarcado da máquina do adquirente e seguir os passos do pagamento Pix pela Carteira. Após verificações seguindo o protocolo de segurança adotado pelo Open Finance, a transação será realizada.
“O Pix por aproximação trará ganhos relevantes para os nossos clientes, que poderão fazer pagamentos com rapidez e segurança, sem a necessidade de abrir seu app bancário, levando para as compras físicas uma experiência muito simplificada. Já estamos em processo de testes e nas próximas semanas os clientes Itaú poderão cadastrar sua conta e realizar pagamentos via Pix por aproximação, em mais um passo na longa história de inovações construída pelo banco”, reforça Mario Miguel, diretor de Pagamentos para Pessoa Física do Itaú Unibanco.
Além do Pix por aproximação, o Google também lança a possibilidade de pagar com Pix pelo novo botão “Pagar com GPay” em aplicativos de e-commerce. O botão fica disponível através de um API para aplicativos que desejem disponibilizar esta opção, gerando ainda mais facilidade para os usuários, que podem concluir a transação com menos passos, com menos fricção e sem necessidade de sair do aplicativo.
A Estapar, através do Zul+, foi o parceiro que desenvolveu a solução do API em conjunto com o Google e estreia a novidade, que já está disponível em seu aplicativo. O segundo parceiro a fazer a integração será o McDonald ‘s, com o lançamento programado para os próximos meses.
O Google anunciou ainda que expandirá a possibilidade de realizar transações Pix para outras superfícies do Google Pay. Nos próximos meses, o plano é lançar o Pix no Chrome, uma opção que permite que os usuários façam o checkout de pagamento no e-commerce durante a navegação com mais facilidade usando as contas Pix, isso é, realizando as transações sem a necessidade de deixar o ambiente de pagamentos.
Outras mudanças no Pix
Na última sexta-feira (1º/11) entrou em vigor uma série de mudançasestabelecidas pelo Banco Central (BC) para reforçar os mecanismos de segurança da modalidade de pagamento instantâneo, o Pix. Umas das principais novidades são os novos limites de segurança para as operações via Pix. Agora, as transferências iniciadas em um novo dispositivo não podem exceder o valor de R$ 200. Além disso, fica restrito a R$ 1.000 o limite diário das transações feita por meio de celulares e computadores sem cadastrado em instituições financeiras.
Para fazer transferências acima desses valores, é necessário cadastrar os aparelhos nos bancos. Essa exigência de cadastro se aplica apenas para dispositivos que nunca tenham sido utilizados para iniciar uma transação via Pix. Por outro lado, não há alterações para os celulares e computadores que já usados nesse tipo de operação.
As novas regras valem para as instituições financeiras. O BC determinou que elas deverão:
Utilizar solução de gerenciamento de risco de fraude que contemple as informações de segurança armazenadas no Banco Central e que seja capaz de identificar transações Pix atípicas ou não compatíveis com o perfil do cliente e disponibilizar, em canal eletrônico de acesso amplo aos clientes, informações sobre os cuidados que os clientes devem ter para evitar fraudes.
Outra medida importante é o Pix Agendado Recorrente, que entrou em vigor nessa segunda-feira (28/10). Ele passou a ser um serviço obrigatório para todas as instituições financeiras que atuam no país. Essa funcionalidade permite a realização de transferências em pagamentos programados pelo próprio usuário pagador.