O ex-ajudante de ordens Mauro Cid prestou depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), onde confirmou a realização de uma reunião na residência do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
O encontro, que ocorreu em 12 de novembro de 2022, foi descrito como um momento crucial para a elaboração de um plano que visava um golpe de Estado, incluindo a intenção de assassinar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin.
De acordo com informações obtidas pela Polícia Federal, mensagens interceptadas revelaram que, apenas dois dias após a reunião, os militares começaram a discutir ações para implementar o plano. Embora Cid tenha negado sua participação nos planos de assassinato, ele forneceu detalhes que implicam Braga Netto em atividades golpistas. O general, que ocupou cargos importantes no governo Bolsonaro, foi mencionado como um dos principais articuladores.
Após três horas de audiência realizada na tarde desta quinta-feira (21) no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade do acordo de colaboração premiada do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid.
O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. Assim, as informações apresentadas por Mauro Cid na colaboração seguem sob apuração das autoridades competentes.
No ano passado, o tenente-coronel celebrou o acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, e a delação foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes. Com a deflagração da operação Contragolpe, na última terça-feira (19), em que foram presos militares que teriam atuado em um plano para matar autoridades, a PF apontou omissões e contradições no depoimento prestado por Cid no mesmo dia. Isso porque a descoberta do plano se deu a partir de conversas encontradas no celular do colaborador. Na audiência no STF, Mauro Cid prestou os esclarecimentos necessários.