Dorival faz apelo ao torcedor e diz que seleção tem ‘obrigação de vencer’
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O técnico Dorival Júnior foi apresentado nesta quinta-feira (11) como novo técnico da seleção brasileira.
SUPERAÇÃO
“Consegui vencer dois momentos de muitas dificuldades dentro do meu lar: minha esposa com um câncer muito agressivo e logo em seguida também fui diagnosticado. Isso serviu para que pudesse me fortalecer ainda mais e repensar em alguns pontos da minha carreira”.
HISTÓRIA NO UTEBOL
“São, praticamente, 54 anos em que o futebol vive dentro da minha casa. Eu, com seis anos de idade, eu já vivia dentro de um vestiário da Ferroviária de Araraquara”
Um pedido. “Estou aqui para fazer a primeira convocação: a do torcedor brasileiro. Que acredite mais na seleção, que viva mais a seleção. A partir de agora não é a seleção do Dorival, é a seleção do povo brasileiro”
OBRIGAÇÃO
“Hoje estou aqui representando a seleção mais vencedora do planeta, a que inspira muitos no mundo inteiro. E tem obrigação de voltar a vencer”.
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DISCURSO INICIAL
“Primeiramente, é uma satisfação. Estou, sinceramente, emocionado, depois de tudo que vivi e passei. E, principalmente, nestes últimos seis, sete anos, conseguindo vencer dois momentos de muitas dificuldades dentro do meu lar: a minha esposa com um câncer muito agressivo, logo em seguida também fui diagnosticado. Isso serviu para que eu pudesse me fortalecer ainda mais e repensar em alguns pontos da minha carreira”.
FUTEBOL DESDE SEMPRE
“São, praticamente, 54 anos em que o futebol vive dentro da minha casa. Eu, com seis anos de idade, eu já vivia dentro de um vestiário da Ferroviária de Araraquara, meu pai era diretor de futebol até então, e aquilo me chamava a atenção de tal forma que parecia que já estava dentro daquele garoto. Acompanhava todos os treinamentos, viajava com a delegação nos jogos próximo a Araraquara. Ferroviária vivia um momento épico, sendo tricampeã do Estado de São Paulo, que vocês sabem que é difícil para uma equipe. Momento em que futebol me induzia que eu buscasse o mesmo caminho, tentasse trilhar aquilo que me impressionava. Paralelamente a isso, meu tio teve 12 anos à frente da Ferroviária, e depois 12 no Palmeiras, sendo um dos jogadores mais importantes da Academia. Então, quando não estava em Araraquara, estava em São Paulo também frequentando vestiários. E aquilo me impulsionava. Foram 18 anos como atleta profissional, e a partir daí tive três anos como auxiliar. Vivenciei por um ano na condição de diretor do Figueirense, e depois me abriram as portas para ser treinador. nesta quinta-feira (11) completo 20 anos, praticamente, daquele primeiro momento. Fiquei de 4,5 a 5 anos parado neste intervalo. Neste período, tivemos 14 títulos alcançados, e cinco vices, entre dois do Brasileiro – Santos em 16 e ajudando o Flamengo em 18.
SURPRESA
“Acho que é uma carreira na qual me dediquei desde o início, me entreguei de corpo e alma para que eu pudesse buscar e alcançar um momento como esse. Agradecendo de coração pela confiança no meu trabalho, não imaginava que pudesse acontecer neste momento. Até porque um grande amigo meu aqui estava, o Fernando [Diniz], pessoa que tenho carinho e respeito muito grande. Mas acabou acontecendo por essas voltas que a vida dá”.
OBRIGAÇÃO
“Hoje estou aqui representando a seleção mais vencedora do planeta. A que inspirou muitos no mundo todo, e tem por obrigação fazer o mesmo. O futebol brasileiro é muito forte, ele se reinventa. Futebol brasileiro não pode viver um momento como esse que estamos passando. Talvez, nos sirva de lição para que possamos absorver e encontrar um novo caminho. Aprendemos, com o futebol brasileiro, um caminho de vitórias e precisamos reencontrar esse momento”.
PEDIDO DE APOIO
“Estou aqui, de coração aberto, buscando fazer a primeira convocação do meu momento, que é do torcedor brasileiro. Que passe a viver um pouco mais a seleção, acredite um pouco mais na seleção. Natural que seja obrigação de todos nós fazer o melhor, para que possamos entregar ao torcedor uma seleção que volte a passar credibilidade. Peço, de coração, que o torcedor volte a viver o dia a dia da seleção. Em um segundo momento, tão importante quanto, convoco a cada um que faz parte do futebol: futebol brasileiro precisa de cada um de vocês. Não podemos nos dividir em seleção do Felipão, do Mano, do Tite
Temos uma seleção brasileira, uma seleção do povo. Não é a seleção do Dorival, é a seleção do povo brasileiro. Vamos tentar trabalhar neste sentido. Espero que cada um de vocês nos auxilie neste momento. É um momento difícil? Sim, mas nada que não seja impossível de reverter rapidamente. Para mim, é fundamental que tenha uma sugestão, observação que possa nos ajudar, estaremos abertos. Conto com todos vocês para que o futebol brasileiro possa vivenciar um grande momento. Estamos de braços abertos e na expectativa que, a partir de agora, busquemos novamente o caminho das nossas vitórias, e a seleção sempre se pautou pela excelência. O que precisamos, a partir de agora, é buscar soluções. Não podemos ter o futebol brasileiro dividido, temos de ter uma unidade. Obrigado, presidente, pela confiança”.
NECESSIDADE DE MUDANÇA
“Acho que não é uma mudança de nomes, o que vem acontecendo de maneira gradativa, da seleção que jogou a última Copa para este momento, mas é uma mudança emocional, mudança postural, mudança em que o atleta tem de entender que está vestindo uma camisa muito pesada, referência no mundo todo. Ele tem de ter essa referência”.