Israel afirma ter abatido míssil do Iêmen após ataque que incendiou um porto Houthi
O exército de Israel afirmou que interceptou um míssil lançado do Iêmen neste domingo (21/7) horas depois do ataque israelense que atingiu diversos alvos Houthi no país da península arábica. O bombardeio – em resposta a um ataque mortal de drone em Tel Aviv – marcou a primeira resposta de Israel a repetidos ataques Houthi ao longo dos nove meses de guerra contra o grupo terrorista Hamas. Os militares israelenses disseram que o míssil superfície-superfície disparado no domingo foi interceptado antes de atingir o território israelense.
As forças armadas de Israel confirmaram no sábado (20/7) os ataques na cidade portuária de Hodeidah, um reduto Houthi no Iêmen. Israel disse que os ataques, realizados por aviões de guerra F-15 e F-35 fabricados nos EUA, foram uma resposta a centenas de ataques dos Houthi. Israel, juntamente com os EUA, a Grã-Bretanha e outros aliados ocidentais com forças na região, interceptaram quase todos os mísseis e drones Houthi nos últimos dias. Mas na sexta-feira (19/7) um ataque aéreo penetrou a defesa aérea de Israel e atingiu a capital Tel Aviv, matando uma pessoa.
O exército israelense afirmou que o ataque de sábado, a cerca de 1,7 mil quilômetros de Israel, esteve entre os mais complicados e entre as operações com maiores distâncias já executadas pela sua força aérea. Israel também afirmou que atingiu o porto no Iêmen por ser uma área usada para entregar armas iranianas ao país. O ministro da Saúde em Sanaa disse que 80 pessoas foram feridas em uma contagem prévia durante os ataques em Hodeidah, a maioria com graves queimaduras. O ataque israelense provocou um grande incêndio no porto da cidade. “O fogo que está queimando agora em Hodeidah é visto em todo o Oriente Médio e o significado é claro”, disse o ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant. Ele prometeu realizar ataques semelhantes “em qualquer lugar onde isso seja necessário”.
O porto de Hodeidah também é uma porta de entrada para suprimentos no Iêmen, que está mergulhado em uma guerra civil desde 2014, quando os Houthis tomaram grande parte do norte do país e forçaram o governo reconhecido internacionalmente a fugir de Sanaa. Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio no ano seguinte em apoio às forças do governo e, com o tempo, o conflito se transformou em uma guerra por procuração entre a Arábia Saudita e o Irã.
A guerra matou mais de 150 mil pessoas, incluindo combatentes e civis, e criou um dos piores desastres humanitários do mundo. Os Houthis estão entre os vários grupos apoiados pelo Irã que atacaram Israel em solidariedade ao Hamas desde que o ataque de 7 de outubro do grupo terrorista desencadeou a ofensiva israelense em curso em Gaza.
O porta-voz dos Houthis, Mohammed Abdulsalam, postou no X que a “flagrante agressão israelense” teve como alvo instalações de armazenamento de combustível e a estação de energia da província. Ele disse que os ataques visam “aumentar o sofrimento do povo e pressionar o Iêmen a parar de apoiar Gaza”. Abdulsalam também disse que os ataques só farão com que o povo e as forças armadas do Iêmen fiquem mais determinados a apoiar Gaza. “Haverá ataques impactantes”, escreveu Mohamed Ali al-Houthi, do Conselho Político Supremo do Iêmen, no X. (Agência Estado)